Conectado por

Mundo

Piloto desaparecido na Venezuela caiu com outra aeronave em rio no Acre, em maio


Compartilhe:

Publicado por

em

Por Gabriela Moreira, André Coelho Cost, Aline Nascimento, g1 Rio, TV Globo e g1 AC — Rio Branco

 

Aeronave foi retirada do rio com ajuda de moradores e mergulhadores do Corpo de Bombeiros

O piloto Pedro Rodrigues Parente Neto, que está desaparecido desde 1º setembrosofreu um acidente aéreo em maio deste ano, no Acre. O caso foi noticiado pelo g1 na época.

Pedro Buta, como é conhecido, escapou sem ferimentos, mas hoje está desaparecido. Como mostrou reportagem do RJ2, o último contato dele com a família foi em 1º de setembro, na Venezuela, para onde havia levado outra aeronave (entenda a história abaixo).

Leia mais:

O acidente no Acre

 

Em 20 de maio, a aeronave modelo Cessna Aircraft 150H, fabricada em 1968, caiu no Rio Tarauacá, no na cidade de mesmo nome, no interior do Acre.

Em seu depoimento à Polícia Civil, Pedro Buta afirmou que estavam no avião ele e Wesley Evangelista Lopes, que também sobreviveu ao acidente.

“Lá pro dia 2 de maio o Wesley, eu não conhecia ele, ele mandou mensagem num grupo de spotted de avião, de entusiastas de aviação. Eu só tô nesse grupo pra tentar vender meu curso pro pessoal que gosta de avião. Aí ele me contratou pra fazer um planejamento pra ele”, disse em entrevista ao g1.

Pedro Rodrigues Neto mora no Rio de Janeiro e levaria aeronave do Espírito Santo para o Pará — Foto: Reprodução

Pedro Rodrigues Neto mora no Rio de Janeiro e levaria aeronave do Espírito Santo para o Pará — Foto: Reprodução

Buta disse que a princípio deveria voltar do Pará, mas como, segundo ele, não há locais de abastecimento na Amazônia, orientou Lopes a utilizar o Acre como rota. “Como meu planejamento ficou bom ele me chamou [para pilotar a aeronave]”, contou o piloto.

O piloto contesta a versão de que a aeronave levava três pessoas, apesar das notícias de que um terceiro tripulante havia sofrido ferimentos leves. “Não tinha passageiro, esse cara que se machucou estava em um barco e se machucou afobado para tentar ajudar”, afirmou.

No entanto, conforme informações do Corpo de Bombeiros de Tarauacá, além do piloto e de Lopes, Genésio Rodrigues de Olinda estava na aeronave, quebrou o nariz, foi atendido no hospital da cidade e transferido para Cruzeiro do Sul.

g1 confirmou com um parente de Genésio que o familiar estava na aeronave que caiu no rio.

Passageiro preso por tráfico internacional

 

Copiloto Wesley Lopes já foi preso anteriormente por tráfico internacional de drogas — Foto: Arquivo pessoal

Copiloto Wesley Lopes já foi preso anteriormente por tráfico internacional de drogas — Foto: Arquivo pessoal

Em 2019, Wesley Evangelista Lopes foi preso por tráfico internacional de drogas e era apontado como chefe de um grupo criminoso preso em 2018 transportando 450 kg de cocaína em um avião bimotor para Manaus.

Buta disse que só foi descobrir após o acidente a ficha criminal de Lopes.

“Eu não aceitaria fazer um negócio desses. Carregar coisa errada e muito menos voar fora do padrão. Sou instrutor de voo e especialista em segurança de voo. Anos de investimento e estudo, eu não iria jogar fora assim”, argumentou ao g1, à época.

 

O piloto afirmou ainda que Lopes não era o copiloto da nave, apenas o contratante.

Pedro Buta se apresenta como dono da empresa Céu Livre Aerodesporto, especializada em “voos panorâmicos” (inclusive da balão) e “cursos de pilotagem”.

Avião foi retirado da água com ajuda de populares — Foto: Arquivo pessoal

Avião foi retirado da água com ajuda de populares — Foto: Arquivo pessoal

Ele mora no Rio de Janeiro e foi contratado por Wesley Evangelista Lopes para levar a aeronave do Espírito Santo (ES) para uma cidade no interior do Pará (PA).

A dupla saiu do Espírito Santo no dia 4 de maio. Ainda segundo o depoimento, Pedro Neto disse que decidiu passar pelo Acre por conhecer a rota e os pontos de abastecimento. A dupla fez uma parada na cidade de Feijó, também no interior do Acre, e depois foi para o Jordão.

Quando estava chegando em Tarauacá a aeronave perdeu força, segundo o piloto, e caiu. Buta disse que não sabe o que ocasionou a queda.

A ida até a cidade do Jordão, conforme o depoimento, foi para negociar a venda de aeronaves e porque o piloto deseja fazer um estudo sobre turismo ecológico.

O desaparecimento na Venezuela

Piloto do Rio desaparece na Venezuela em monomotor de empresário

Pedro Buta está desaparecido desde 1º de setembro – a Polícia Federal investiga o caso. Ele foi contratado por um empresário brasileiro do ramo da mineração, Daniel Seabra de Souza, para levar uma aeronave de Goiânia para a Venezuela.

O piloto foi visto pela última vez com a aeronave que pilotava, o monomotor Bellanca Aircraft, na cidade de Caicara del Orinoco, na região central da Venezuela. Era lá que, segundo o empresário, o monomotor Bellanca Aircraft deveria ser entregue.

Um documento informa que o piloto entregou a aeronave para Daniel em 17 de agosto, na Venezuela. O termo é assinado tanto por Pedro como por Daniel.

Porém, ainda segundo Daniel, eles permaneceram em uma fazenda até que, em 1º de setembro, Pedro Buta e o avião desapareceram. O empresário diz desconhecer o paradeiro e que soube que um homem desconhecido estava junto com ele.

“Dia 4 de setembro, nós iríamos regressar ao Brasil porque dia 6 tinha que fazer o CVA [Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade] da aeronave. No dia 1º, encontrei o Pedro pela manhã, ele me cumprimentou. Dali, eu saí para os meus afazeres e não vi mais o Pedro. Mais tarde, eu mandei mensagem para ele, ele não respondeu. Na segunda-feira, fui fazer minhas coisas, mandei mensagem, ele não respondeu. Eu falei, ‘uai, será o que está acontecendo?’ Aí, foi que eu tive a informação que nem ele nem o avião estavam lá. E que ele teria saído com um terceiro que não tem, que eu não conheço, não tem identificação de quem é esse terceiro”, disse Daniel.

O caso veio à tona depois que a mãe do piloto, Maria Eugenia Buta, estranhou a falta de notícias do filho.

“O último contato que eu tive com ele via WhatsApp foi no domingo, 1º de setembro. Até então, eu pensava que ele estava na Bahia. Porque, pensando em me proteger de preocupação, ele não havia me relatado que estava na Venezuela”, disse.

 

A suspeita é que a aeronave tenha deixado o Brasil e ingressado na Venezuela de maneira ilegal. Isso porque, segundo mensagens trocadas entre o piloto e o empresário, Buta diz que desligaria, transponder – o dispositivo eletrônico que permite que ele seja rastreado.

Também não há registros de que a aeronave tenha obtido autorização para entrar no país de forma legal.

Suposta troca de mensagens entre o piloto e o dono da aeronave — Foto: Reprodução/TV Globo

Suposta troca de mensagens entre o piloto e o dono da aeronave — Foto: Reprodução/TV Globo

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o último plano de voo registrado pela aeronave foi no dia 17 de agosto, partindo de Boa Vista, em Roraima, às 8h17, com destino a uma fazenda, localizada em Amajari – cidade em Roraima que fica próximo à fronteira com a Venezuela.

Ainda segundo a FAB, o sinal do avião foi perdido ao entrar em espaço aéreo sem cobertura de radar e não há registros de nova decolagem do avião. “Até o momento as informações são insuficientes para que seja possível realizar buscas utilizando meios aéreos”, diz a nota.

“O senhor Daniel Seabra afirma que passou o domingo em Caicara com o Pedro. E ele fala calmamente. Aí, na segunda-feira, o Pedro pegou o avião e sumiu. Alguém viu o Pedro pegar o avião? Como que uma pessoa pega um avião e ninguém vê, numa fazenda, que ele está decolando? Eu preciso, eu preciso encontrar meu filho.”

 

O Ministério das Relações Exteriores afirmou que acompanha o caso por meio da Embaixada do Brasil em Caracas, capital venezuelana, que presta a assistência consular aos familiares do brasileiro e está em contato com as autoridades locais.

g1

Publicidade
https://rondonia.ro.gov.br/portal/



Desenvolvimento
 Bônus de boas-vindas
Desenvolvimento: Portalrondonia.com